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A Importância da Divulgação

As Distonias musculares manifestam-se de várias formas já que podem acometer virtualmente qualquer músculo ou grupos de músculos em várias combinações. Embora as Distonias sejam relativamente freqüentes em todas as faixas etárias e em todas as populações, essa variabilidade de manifestações clínicas acaba por dificultar seu reconhecimento. Afinal, um torcicolo pouco se parece com um blefarospasmo ou este com a câimbra do escrivão e, no entanto, todos podem ser classificados como formas de Distonias. Por outro lado essa mesma variabilidade pode induzir a equívocos opostos, isto é, considerar como Distonia alguma outra doença, neurológica ou não, seja por alguma característica clínica ou por alguma semelhança na nomenclatura. Por esses motivos, fica clara a importância de esclarecer às pessoas de modo geral uma vez que, muitas vezes, deixa-se de receber auxílio médico ou tratamento adequado por não se ter nem idéia de que especialista procurar.

Foi com esse intuito que, em 18 de fevereiro último, tive o prazer de participar, juntamente com D. Elenita Ferreira de Macêdo, do programa da Rede Vida de televisão a cabo onde pudemos, durante uma hora e meia, responder às mais variadas perguntas relacionadas sobre as Distonias. A repercussão que o tema suscitou, tanto durante o programa como até várias semanas depois, superou as melhores expectativas. A participação das pessoas em tempo real - através de fax ou telefone- foi ininterrupta durante toda a duração do programa de modo que foi impossível responder a todas as perguntas.

Ficou claro, entretanto, que existem ainda muitas dúvidas em relação ao tema. Muitas pessoas, por exemplo são diagnosticadas como tendo "distonia neurovegetativa" que é um termo um tanto vago, sem significado médico preciso
muito utilizado para designar certos estados de ansiedade que podem associar-se a distúrbio transitórios do sistema nervoso autonômico (o neurovegetativo) e que não têm absolutamente nenhuma relação com as Distonias musculares. Várias perguntas recebidas durante aquele programa relacionavam-se a essa confusão de nomenclatura. Outra questão que traz muitas dúvidas para o leigo (e, algumas vezes para nós médicos também) é o reconhecimento da distonia em alguns casos complexos bem como a diferenciação entre esse diagnóstico e outros movi mentos involuntários anormais tais como os toques, os tremores e as discinesias. Nessas situações, um diagnóstico preciso é fundamental para que o tratamento adequado seja instituído

Esse trabalho de divulgação não começou hoje. Desde seu início, esta Associação, primeiro com Helena de Barros e agora com Elenita Ferreira de Macêdo, tem-se pautado pelo esforço contínuo de seus membros mais atuantes (infelizmente ainda poucos) para que as Distonia sejam mais reconhecidas e para que aquele com menos recursos possam dispor de tratamento mento adequado. Entretanto, muito ainda resta por fazer uma vez que a falta de informação ainda da é grande e o acesso às formas mais eficazes de tratamento ainda não estão disponíveis para todos.

 

Dr. João Carlos Papaterra Limongi é Doutor em Medicina e Médico Assistente da Divisão de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. É membro fundador e conselheiro médico da ABPD.


O conteúdo deste material pode ser reproduzido desde que citada a fonte.
© Associação Brasileira dos Portadores de Distorias, 2001


 
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